MUDANÇA NO ENSINO MÉDIO: REFORMA CHEGA A SURPREENDER EDUCADORES, EM CARATINGA

23 set, 2016 • Destaque, Telejornal

Foram oficializadas ontem (22) uma série de mudanças para a implementação do ensino médio integral com currículo flexibilizado, pelo presidente da República, Michel Temer (PMDB), e o ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM). A reformulação do ciclo foi feita através de uma medida provisória e as estimativas são de que existam turmas de ensino médio integral conforme o novo modelo já no primeiro semestre de 2017. 

Dentre as principais mudanças, estão a ampliação da carga horária mínima anual; o ensino de língua portuguesa, matemática e língua inglesa deve permanecer obrigatório nos 3 anos; e, em primeiro momento, ficou entendido que disciplinas como artes e educação física deixariam de ser obrigatórias nesse ciclo. Porém, o Ministério da Educação informou ainda a pouco que o texto estava equivocado e, segundo o órgão, “não está decretado o fim de nenhum conteúdo, de nenhuma disciplina”.
Em Caratinga, muitos educadores disseram que foram pegos de surpresa e que aguardam um pronunciamento da Secretária de Educação do Estado de Minas Gerais.
De acordo com a vice-diretora da Escola Estadual Isabel Vieira, Maria Alcides Rodrigues, e a professora de língua portuguesa Rosana Antônia Batista, para os educadores é um momento de transição difícil, já que ele traz impactos não apenas para os alunos.
Os últimos resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, O IDEB, mostraram uma lacuna no ensino de matemática, apresentando os piores indicadores. Estes dados podem, inclusive, ter influenciado, diretamente, nas mudanças propostas para o ensino médio.
Ana Maria Pacheco dos Santos é professora de matemática há cerca de 16 anos. Ela aponta as principais dificuldades enfrentadas na sala de aula. Segundo ela, a carga horária é reduzida – diante da complexidade da matéria e pela responsabilidade de preparar os estudantes para o ENEM -; um outro fator apontado por ela é a indisciplina.
A reforma do Ensino Médio passou a ser priorizada pelo governo depois que o Brasil não conseguiu, por dois anos consecutivos, cumprir as metas estabelecidas para essa etapa da formação. Dados do Ideb, que mede a qualidade do ensino no país, mostram que o Ensino Médio é o que está em pior situação quando comparado às séries iniciais e finais da educação fundamental: a meta para 2015 era nota 4,3, mas o índice ficou em 3,7.

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