Comitê Rodrigo Neto cobra solução para assassinatos de jornalistas no Vale do Aço

14 jun, 2013 • Destaque, Telejornal

A preocupação é que esses casos caiam no esquecimento.

Em frente ao local onde Rodrigo Neto foi assassinado foram colocadas cruzes que representam os crimes denunciados por ele e que ainda estão sem solução. A manifestação contou com a presença de amigos, familiares e jornalistas.  De acordo com um dos membros do Comitê Rodrigo Neto, a morte do radialista provocou medo, insegurança, revolta e sensação de impunidade. A preocupação é que esse caso caia no esquecimento, assim como outros, onde o radialista cobrava da polícia uma solução. O Comitê ressaltou que quer a presença da Polícia Federal nas investigações. “São 100 dias sem resposta e por isso o Comitê está retomando suas atividades. Nós defendemos a entrada da Polícia Federal nas investigações, pois queremos os autores identificados e presos”, disse Marcelo Luciano.

O presidente da comissão de Direitos Humanos, da OAB e também representante do movimento nacional dos Direitos Humanos esteve presente na manifestação que marcou os 100 dias do assassinato do radialista. Para ele, a morte de Rodrigo foi uma afronta ao Estado Civil de Direitos e uma demonstração de querer calar a imprensa.

“Essa tentativa será frustrada com a presença da sociedade nas ruas pedindo por justiça e cobrando providência das autoridades”.

Rodrigo foi executado com três tiros, no dia 8 de março, ao deixar um local conhecido como “Churrasquinho do Baiano”, numa movimentada avenida de Ipatinga. Ao entrar no carro, o radialista foi surpreendido por dois homens numa moto, que sem tirar os capacetes efetuaram 5 disparos e fugiram sem ser identificados. Rodrigo trabalhava no programa de rádio Plantão Policial e era conhecido por denunciar crimes envolvendo policiais.

“Rodrigo não era um colega de trabalho, era meu irmão. Ele é insubstituível. Ninguém faz o que ele fazia. Se tinha provas documentadas, ele denunciava juiz, policial seja quem for. Sempre lutou por justiça e hoje estamos aqui porque queremos que quem fez isso com ele seja preso e punido”, desabafou Adair Alves, o Carioquinha, apresentador do Plantão Policial.

As investigações envolvendo as mortes dos jornalistas, e também os 14 outros inquéritos reabertos no Vale do Aço, levaram à prisão sete policiais, sendo um militar, e seis civis. Um médico Legista chegou a ser preso, mas foi solto por determinação judicial.  A Assessoria de Comunicação da Polícia Civil do Estado disse que foi prorrogada por mais 30 dias a prisão temporária de cinco detetives lotados na 1ª Delegacia Regional de Polícia Civil de Ipatinga. Elton Pereira, Fabrício Quenupe, Leonardo Correa e Ronaldo Oliveira estão detidos em Belo Horizonte. Eles são suspeitos de envolvimento em 14 crimes misteriosos ocorridos no Vale do Aço, entre eles os casos que tiveram como vítimas os jornalistas Rodrigo Neto e Walgney Carvalho. As investigações são chefiadas pelo delegado Wagner Pinto, da DHIPP da Capital, e seguidas pelo Ministério Público. De acordo com a Policia Civil, uma solução pode estar próxima. O sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais também acompanha o caso.

Desde o primeiro momento dos assassinatos do Rodrigo Neto e do Walgney Carvalho, o Sindicato dos Jornalista tem cobrado das autoridades competentes uma solução para os casos. A presença da Polícia Federal é importante na elucidação  dos crimes, pois até agora não nos foi apresentado os homicidas”, disse o diretor Estadual do Sindicatos dos Jornalistas, Paulo Sérgio.

 

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