Especialista alerta sobre a ligação entre a depressão e o jogo Baleia Azul
Nas últimas semanas, acompanhamos a repercussão do jogo “Baleia Azul”. Trata-se de um suposto jogo de incentivo ao suicídio, em que adolescentes são previamente selecionados para participarem de um desafio com tarefas a serem realizadas por 50 dias, sendo a última delas o suicídio. Nossa equipe de reportagem conversou com a psicóloga Renata Oliveira sobre o polêmico jogo.
No jogo virtual Baleia Azul, os jogadores são estimulados a desafios como se arriscar em locais perigosos e se automutilar. O último desafio é sempre tirar a própria vida. Pode parecer estranho que alguém seja atraído por um jogo assim, mas o Baleia Azul já fez várias vítimas, inclusive no Brasil e na nossa região.
As notícias recentes sobre o jogo da Baleia Azul provocaram diferentes reações na sociedade e iniciaram muitos debates a respeito do suicídio, um assunto que costuma ser tabu. Segundo a Organização Mundial de Saúde, o suicídio já é a segunda maior causa de morte entre jovens de 15 a 24 anos. O suposto jogo da Baleia Azul é apenas o pano de fundo para um cenário de aumento de casos de suicídio entre jovens que se repete há anos. Especialistas afirmam que em 90% dos casos, a pessoa que comete suicídio tem algum tipo de transtorno mental, especialmente a depressão.
A psicóloga afirma que é preciso analisar esse jogo como o estopim para um problema mais profundo e urgente. Crianças e adolescentes não se matam por causa de um desafio da internet. “A razão de tudo isso é muito mais profunda. O que leva um jovem a se matar é o sentimento de solidão, incompreensão, quando não se vê mais sentido na vida. A comunicação, o diálogo dos pais com os filhos é essencial. O que pode realmente ajudar a prevenir uma tragédia é permitir que o filho se sinta seguro e confiante para conversar, se abrir com seus pais e receber apoio”.
Tentar encaixar todas as angústias de um jovem com tendências suicidas em um jogo é desprezar alguém que possivelmente já se sente desprezado, afirma a psicóloga. Especialistas afirma que é preciso falar de depressão, tristeza e suicídio, falar sobre todos os temas, escutando de verdade as tristezas e angústias daquela pessoa tão vulnerável que está ali. E que, tão importante quanto educar, é desenvolver empatia e compaixão, dialogar sem moralismos, participar da vida do jovem com interesse e atenção.
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