Missão Mariana reúne Comitês da Bacia Hidrográfica do Rio Doce e prefeitura para ajudar moradores atingidos pelo desastre ambiental

21 dez, 2015 • Destaque, Jornal Regional

Dos dias 17 a 19 de dezembro aconteceu na cidade de Mariana, um encontro com representantes dos comitês que compõem a bacia hidrográfica do Rio Doce e do prefeito da cidade para discutir ações de recuperação do Rio Doce e da vida dos moradores atingidos pelo desastre. O Jornal Regional acompanhou os trabalhos e nossa equipe esteve no distrito de Bento Rodrigues, local mais atingido pelo rompimento da barreira da empresa Samarco.

O encontro intitulado “Missão Mariana” teve como objetivo ouvir a necessidade dos moradores atingidos pelo rompimento da barragem do Fundão, desde Mariana, até os ribeirinhos que sobrevivem do Rio Doce, hoje considerado ”morto” pelos ambientalistas. Além disso, foi realizada uma expedição na região afetada, dando-lhes a oportunidade de conhecer de perto a realidade local e se reunir com autoridades da região para traçar metas e definir ações para a recuperação junto ao Governo Federal.

No dia 18 de dezembro, sexta-feira, aconteceu ainda uma reunião com o prefeito de Mariana, Duarte Júnior, e a Associação dos Moradores de Bento Rodrigues, no Instituto de Ciências Sociais Aplicadas de Mariana. Para o prefeito, este é o momento de unir forças e trazer junto a empresa Samarco, responsável pelo desastre, para que eles possam ajudar aqueles que foram prejudicados com o rompimento da barragem.

José do Nascimento de Jesus, mais conhecido como Zezinho do Bento, é o presidente da associação dos moradores de Bento Rodrigues, ele nos disse ficar satisfeito com a iniciativa do Comitê da Bacia do Rio Doce em realizar a Missão Mariana.

No local, o verde dos morros se funde à destruição causada pelo rejeito que encobriu e destruiu casas. Nos semblantes dos moradores, é possível sentir a falta de esperança, de retomada da vida cotidiana.  Um morador que não quis dar entrevista nos contou a história de uma das netas dele que morreu na tragédia, sendo que esta estaria com o pai mas o mesmo não conseguiu salvar a criança.

Hoje o que se vê são pessoas retirando o que restou das casas, além das máquinas que trabalham na limpeza. Nas árvores, é possível ver a altura em que a água com os rejeitos passaram pelo local, deixando um rastro de desespero e destruição. O presidente e o vice do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Caratinga também estiveram presentes na Missão, e descreveram a ação como um ato de solidariedade.

Os moradores esperam retomar a vida e seus afazeres. A população ribeirinha espera que as ações de recuperação tenham início rapidamente, para o que o Rio Doce volte a ser como era antes.

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