21 pessoas presas: 11 apresentadas em Caratinga em ‘Operação Hemostase’

3 dez, 2013 • Cidades, Destaque

2As prisões aconteceram simultaneamente em 17 cidades. Com a quadrilha a Polícia Civil apreendeu R$ 300 mil, US$ 25 mil, além de mini aparelhos de celular utilizados para passar gabaritos de provas e computadores.
Das 21 pessoas presas, 11 foram apresentadas em Caratinga. Entre elas: médicos, estudantes de medicina e até um Policial Militar reformado, Jorge Rodrigues Oliveira.
De acordo com o Superintendente da Polícia Civil, Jeferson Botelho, a operação recebeu o nome ‘Hemostase’ porque é um termo técnico, utilizado na medicina, para estancar hemorragia. Segundo ele, esta foi uma operação precisa, cirúrgica e que tirou de circulação 21 alvos: “São 21 pessoas envolvidas com o crime organizado.”

Lorena Rocha Marques - acusada

Lorena Rocha Marques – acusada

As investigações começaram há 8 meses pela Delegacia Regional de Caratinga. Quintino Ribeiro Neto é apontado nas investigações como principal corretor da quadrilha. Em imagens cedidas pela Polícia Civil foram gravados candidatos ao curso de medicina saindo do carro de Quintino. Ele atuava no estado do Rio de Janeiro.
180 policiais civis participaram da operação que cumpriu 21 mandados de prisão e outros 32 de busca e apreensão. De acordo com a polícia, uma vaga em faculdades de medicina nos estados de Minas Gerais ou Rio de Janeiro pode chegar a custar até R$ 150 mil.
Em Caratinga a polícia prendeu Lorena Rocha Marques, de 21 anos, o veículo de sua propriedade (um Jetta) foi apreendido. Segundo a polícia Lorena agenciava candidatos à vaga de medicina para a universidade de Caratinga que oferece esse curso. Em nota, a instituição de ensino disse que tem interesse nas investigações e aguarda a elucidação dos fatos e a punição de eventuais culpados.
Segundo o advogado de Lorena, Max Capella Araújo, ele ainda não tem notícias do envolvimento direto dela pois ele ainda não havia conversado com ela pessoalmente até o momento de seu

Jorge Rodrigues Oliveira - acusado

Jorge Rodrigues Oliveira – acusado

depoimento ao jornalismo do telejornal Doctum Acontece: “Eu não tive acesso a essas provas mas me parece que tem escutas telefônicas – ainda não sei mas devem ser provavelmente autorizadas pela justiça – têm gravações de e-mails e isso tudo vai ser analisado para o processo. Nossa primeira ideia no momento é revogar essa prisão temporária para ela responder livre ao processo.”
O Delegado Fernando Lima disse que essa organização criminosa funcionava principalmente através de duas modalidades: a chamada venda direta (o estudante se inscrevia no vestibular, fazia a prova e independente da nota obtida, do grau intelectual do estudante ele era matriculado nessas faculdades de medicina) e o uso de mini celulares preparados para não serem pegos pelos detectores de metais – utilizados nas fiscalizações de vestibulares – onde os estudantes entravam com esses aparelhos, os pilotos (aqueles que dominam determinadas matérias das provas de vestibulares, experts) faziam a

Delegado Fernando Lima

Delegado Fernando Lima

prova preliminarmente, saiam momentos antes do término do certame e passavam para os coordenadores o gabarito da prova e eles replicavam-no através de SMS. De acordo ainda com o Delegado as investigações continuam.A polícia quer saber se existe envolvimento de funcionários ligados às instituições de ensino no esquema de venda de vagas nas faculdades de medicina de Minas Gerais e do Rio de Janeiro: “A suspeita existe mas nós precisamos evoluir mais nas investigações para depois passar de forma precisa se há esse envolvimento ou não de pessoas de dentro de instituições das faculdades de medicina.”

FLAGRA: candidato ao curso de medicina saindo do carro de Quintino Ribeiro Neto

FLAGRA: candidato ao curso de medicina saindo do carro de Quintino Ribeiro Neto

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